INCOMPETÊNCIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO NA FISCALIZAÇÃO, OU DIGAMOS “A MÁFIA DAS SEMENTES DE MILHO”???

No ano de 2016 já relatei a respeito do padrão das sementes de milho que estão sendo colocadas no mercado e de certa forma cobrei a falta de fiscalização das sementes certificadas… vejam aqui (https://valdirfries.wordpress.com/2016/02/21/estamos-plantando-sementes-de-milho-com-padrao-de-graos-de-pipoca/)…

Pois bem, vamos aos fatos, até porque todo produtor rural Brasileiro vem sofrendo consequências graves, somando prejuízos incalculáveis por FALTA DE FISCALIZAÇÃO ou simplesmente dada a INCOMPETÊNCIA por parte do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA… Se não  isto, diríamos, ou digamos poder estar nos deparando com a “MÁFIA DAS SEMENTES DE MILHO”.

A LEI 10.711 DE 5 DE AGOSTO DE 2003 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e mudas e da outras providencias… Nesta Lei esta estabelecido em seu artigo 5º e artigo 6º a quem compete a FISCALIZAÇÃO… Já os artigos 37º, 38º e 39º tratam da fiscalização propriamente dita… Porem o que estamos recebendo todo ano é sementes fora de padrão, o que nos induz a acreditar na incompetência do sistema de fiscalização, ou nos perguntar se não estamos mesmo diante de uma verdadeira “máfia” assim dizendo.

Muito se fala em “plantabilidade”… muito se recomenda e se orienta em relação a fazer uso de sementes fiscalizadas e certificadas, isto ao menos o MAPA tem feito e seguido a risca o que rege no artigo 36º da Lei em questão, ou seja, fazer com que nós produtores adquiramos sementes “fiscalizadas, certificadas”… Mas que tipo, que padrão de sementes de milho esta chegando nas propriedades rurais?

Sementes existem, existem sementes de todos os padrões, muitas embora sejam sementes de “ponteiro” de espigas, mas que ainda se tem uma certa classificação e padronização do tamanho das sementes, conforme imagens que segue, o que nos proporciona um stand de plantas não o esperado e recomendado tecnicamente, mas ao menos em parte, na média geral da área se consegue a tal  “plantabilidade”….

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Se as imagens acima nos mostram sementes de segunda qualidade e de baixo padrão em termos de classificação, as imagens que seguem abaixo é imagem das sementes que também estão circulando hoje no comércio de todo o Brasil… Quem fiscaliza???

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Sementes desta “qualidade” estão circulando no mercado, o que nos prova que NÃO esta havendo a devida fiscalização… No caso destas sementes destas imagens, foram as sementes entregues em nossa propriedade, a primeira não me neguei a receber por que ainda ao que se vê, tem um certo padrão de uniformidade no tamanho das sementes… Quanto as sementes  da segunda imagem, inicialmente me neguei a receber, por que era certo que NÃO teriamos um stand adequado de plantas, certo que era impossível de se conseguir a tal plantabilidade…

De fato no Artigo 30º da Lei 10.711, em seu paragrafo único, rege que em casos emergências o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento pode liberar sementes de baixo padrão… Mas questiono: Que dia foi publicado este decreto de emergência para se ter sementes abaixo do padrão sendo comercializados para este plantio de 2017???

Na falta de outra semente, acabei por plantar as sementes fora de padrão, sem assinar qualquer recebimento do material, com a condição de que os técnicos representantes providenciassem os discos adequados, regulassem a maquina com stand de sementes de acordo com a recomendação do sementeiro, e acompanhassem o plantio para que NÃO viessem depois alegar desculpas de que o stand de plantas não uniforme seria devido a velocidade de plantio… NÃO DEU OUTRA…

Sementes de BAIXO PADRÃO não se consegue uniformidade de plantas por metro linear, não se consegue a plantabilidade, e o resultado não poderia ser o que vimos nas imagens a seguir:

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…Hoje temos visto promoção de marketing feito por diversas empresas produtoras de sementes, divulgando suas tecnologias. São técnicos contratados pelas próprias empresas produtoras fazendo todo tipo de demonstração, porém é na hora de entregar as sementes aos produtores rurais que observamos os  técnicos e Eng. agronomos das empresas comerciais e Cooperativas se desdobrarem a campo para que se consiga o mínimo de plantabilidade, mas infelizmente, esta pratica esta cada vez mais difícil de conseguir quando se tem circulando no mercado tanta semente que mais se parece com sementes pirateadas do que sementes fiscalizadas…

(A negociação entre eu particularmente e a empresa que nos forneceu este tipo de sementes, cabe a mim negociar e chegar a uma solução)

Para finalizar,  repito mais uma vez o que esta no artigo editado e publicado no ano anterior:

“Implantar uma lavoura com stand de plantas INADEQUADO, quem perde não é tão somente o produtor rural, quem perde é o município, quem perde é o estado, quem perde é o País… Tudo por falta de FISCALIZAÇÃO, e na desculpa da “falta de sementes”, o produtor rural esta plantando “sementes de milho” que mais parecem grãos de pipoca”.

Ou se resolve a questão fiscalização… Ou estaremos de fato enfrentando uma “máfia”???

De nada adianta pagarmos por uma tecnologia agregada nas sementes se não temos sementes de padrão uniforme para plantarmos.

Por Valdir Edemar Fries – Produtor rural em Itambé – Paraná.

Sobre valdirfries

Téc. Agropecuário - 1980; Extensionista Rural da ACARPA/EMATER-Pr entre os anos 1981 a 1987, com serviços prestados nas regiões de UNIÃO DA VITÓRIA, CURITIBA, PATO BRANCO. Na região de MARINGÁ trabalhou mais especificamente na RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA - responsável téc. a nível de campo na implantação da adequação das estradas rurais nos municípios de FLORESTA E ITAMBÉ - Pr, concluindo os trabalhos do sistema de microbacias integradas em 100 % da área territorial dos dois municípios); PLANEJAMENTO E ASSESSORIA AGROPECUÁRIA - 1987 a 1996 em áreas do Estado do Paraná e do MATO GROSSO (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso); Secretário de agricultura e meio ambiente de Itambé - Paraná de 1988 a 1996; PLANEJAMENTO E ASSESSORIA PÚBLICA a partir de 1996, Com especialização na elaboração de planos de trabalho dos programas de governo; SICONV; De 1997 a 2010, realizou o acompanhamento e tramitação de processos de convênio de Municípios Paranaense junto aos Ministérios de Estado em Brasilia. PRODUTOR RURAL EM ITAMBÉ - PARANÁ; A partir de 2008, tem se dedicado principalmente nas atividades da produção agrícola, e na edição de artigos relacionados ao AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. Tem participado constantemente de Seminários e Fóruns de Debates do setor produtivo, e em manifestações públicas em defesa dos interesses dos Produtores Rurais em atividades além da porteira, sempre em busca de garantir e promover o desenvolvimento econômico e social do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.
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